InícioCriptomoedasRepubblica Ceca: novas leis para se tornar um hub crypto

Repubblica Ceca: novas leis para se tornar um hub crypto

A República Tcheca aprovou algumas leis com o objetivo de se tornar um hub crypto. 

Trata-se especificamente de amplas reformas do mercado financeiro que têm como objetivo específico promover o crescimento do setor crypto e blockchain, e como objetivo estratégico posicionar-se como um hub para este setor.

República Tcheca como hub crypto: as novas leis introduzidas

Em particular, uma nova lei recém-aprovada introduz um período de isenção fiscal de três anos para os investimentos em criptomoedas.

Em outras palavras, os residentes na República Tcheca que mantiverem em carteira criptomoedas por pelo menos três anos não terão mais que pagar impostos sobre os eventuais ganhos de capital gerados pela sua venda.

Não se trata de uma novidade absoluta, dado que, por exemplo, na Alemanha há já algum tempo existe uma norma semelhante que desonera as mais-valias até mesmo após apenas um ano de holding, mas dá uma boa ideia dos objetivos da Chéquia. 

Outra norma recém-aprovada pelo Parlamento da Chéquia é aquela que garante que as empresas crypto, e os investidores, possam abrir contas bancárias sem restrições indevidas, removendo assim um obstáculo significativo que anteriormente havia dificultado a realização de tais atividades no país. 

Os objetivos

Como afirmou o vice-presidente Jan Skopeček, um dos principais defensores deste projeto de lei, o objetivo principal é atrair empreendedores de todo o mundo para a República Tcheca.

https://twitter.com/Jan_Skopecek/status/1865075155183059008

Em outras palavras, a Cechia gostaria de se tornar um hub crypto europeu. 

É preciso dizer que já existe um hub cripto na Europa, a Suíça, mas o país helvético não faz parte da União Europeia. 

Invece, a República Tcheca faz parte da UE desde 2004, e de fato ainda não existe um verdadeiro hub crypto dentro da UE. 

Malta tentou, mas sem sucesso, enquanto Chipre é um pouco periférica, apesar de fazer parte da UE e ser crypto-friendly. 

A própria Alemanha não é um verdadeiro hub crypto, então para a República Tcheca esta poderia ser uma grande oportunidade. É importante lembrar que em termos de PIB per capita, a Tchéquia está atrás da Estônia e da Eslovênia, um pouco acima de Portugal e Lituânia, e não muito acima da Grécia. Além disso, o PIB per capita tcheco é menos da metade, por exemplo, do holandês. 

O panorama crypto na República Tcheca 

Nem todos sabem, mas a República Tcheca é de fato a pátria dos hardware wallet. 

De fato, o primeiro hardware wallet jamais colocado no mercado foi o Trezor, lançado em 2014.

Ebbene, a empresa que produz o Trezor, SatoshiLabs, é checa, e tem sede em Praga. Portanto, a República Checa pode ser considerada uma das pioneiras no setor crypto. 

Claro, além do Trezor, não há muitas outras iniciativas cripto de importância internacional na Tchéquia, mas com as novas leis recém-aprovadas, e dada a ausência de um verdadeiro hub cripto importante dentro da UE, não é absurdo imaginar que o país possa atrair outras empresas deste setor. 

A dizer a verdade, as novas leis recém-aprovadas não fazem mais do que alinhar as normativas crypto às já existentes sobre os ativos tradicionais, mas também oferecem um contexto fiscal mais favorável e previsível para os investidores. Isso, em teoria, deveria ajudar, também à luz da entrada em vigor do MiCA em toda a UE. 

De fato, a isenção fiscal foi concebida para atrair investidores internacionais e para aumentar a atratividade da República Tcheca como destino para atividades relacionadas às criptovalute.

O próprio Skopeček lembrou que o país tem uma sólida base de talentos e empresas inovadoras nos setores de crypto e blockchain, e que na República Tcheca foram fundadas algumas das melhores empresas de TI que operam no campo das criptomoedas. 

Acrescentou também que o país deveria “coccolarle”, para não as empurrar a emigrar para outro lugar devido a um péssimo contexto legislativo.

As consequências

De acordo com Skopeček, um quadro jurídico que apoia o mundo crypto deve criar um contexto mais favorável para as empresas crypto de alto valor, aumentando assim a vantagem competitiva do País na economia digital.

Além disso, os prazos para a aprovação das novas leis coincidem não por acaso com a aproximação da fase de implementação da regulamentação dos mercados crypto da União Europeia (o MiCA), prevista para 30 de dezembro.

Assim, por um lado na UE haverá o MiCA, que visa padronizar as regulamentações de criptomoedas em todos os estados membros da UE, facilitando assim as operações transfronteiriças para os fornecedores desses serviços, enquanto por outro lado haverá na República Tcheca uma regulamentação favorável do ponto de vista fiscal.

A dizer a verdade, esse quadro não parece tão diferente do alemão, no qual, além disso, a isenção fiscal entra em vigor após apenas um ano de detenção, mas neste momento não parece que a Alemanha tenha decidido se tornar um hub crypto. 

A Chéquia, por outro lado, claramente seguiu esse caminho, e com novas e adicionais iniciativas, poderia de fato expandir-se neste setor, justamente enquanto outros países europeus estão desacelerando. 

Em um tal quadro, caso a iniciativa da Cechia tenha sucesso, é absolutamente imaginável que algum outro país da UE possa tentar seguir o exemplo. 

Deixando de lado Chipre, que é decididamente um pouco marginal por causa da sua posição geográfica, e a Suíça, que não faz parte da UE, há outros países que poderiam decidir querer competir com a Chéquia, como por exemplo a Estónia. 

Por outro lado, os quatro grandes países da UE (Alemanha, França, Itália e Espanha) não parecem ter tomado essa direção, nem mesmo onde a lei já parece ser um pouco crypto-friendly como na Alemanha. 

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