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Jeff Davis: da cor como teoria à arte generativa com os NFT

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Da pintura tradicional aos NFT, o artista americano Jeff Davis construiu um percurso que une rigor matemático, código e cor. Uma evolução que o tornou uma figura chave no mundo da cryptoart.

Das salas de aula de Chicago à descoberta da teoria da cor

O percurso de Jeff Davis tem raízes acadêmicas profundas. Depois de estudar na School of the Art Institute of Chicago, ele entrou em contato com as teorias de Josef Albers, em particular através do célebre Interaction of Color. Esta abordagem analítica à cor, baseada na percepção relativa e na composição sistêmica, teve um impacto duradouro na sua arte.

Davis aprofundou vários sistemas cromáticos — como o Munsell e o Ostwald — e começou a experimentar o uso de intervalos de cor, ou seja, transições visuais homogêneas entre dois tons. A cor, para ele, nunca foi decoração, mas sim a estrutura portante da obra.

A abstração arquitetônica como contêiner de cor

Na sua primeira fase artística, Davis trabalhou em formas inspiradas na arquitetura: estruturas lineares que lembram portas, janelas e paredes. Esses elementos não tinham uma função representativa, mas serviam como espaços geométricos dentro dos quais explorar a cor.

A abordagem era extremamente precisa: as obras eram projetadas digitalmente, mas depois realizadas à mão, com fita adesiva e tinta acrílica. Cada gradação cromática era estudada para obter harmonias e contrastes coerentes com os esquemas teóricos estudados a nível acadêmico.

A transição para o digital: impressões e controle absoluto

Com o avanço da tecnologia de impressão no início dos anos 2000, Davis começou a produzir suas obras diretamente como impressões digitais. Esta transição marcou uma virada: o computador não era mais apenas uma ferramenta de design, mas o meio expressivo principal.

Utilizando software gráficos, podia calcular com extrema precisão os intervalos cromáticos e realizar harmonias complexas, como aquelas entre cores complementares ou as escalas bidimensionais, com transições nos eixos X e Y. Cada obra era o resultado de um planejamento racional, onde nada era deixado ao acaso.

A virada generativa: quando a arte encontra os NFT

Em 2009, Davis decide explorar uma nova dimensão: a da arte generativa. 

Começa a estudar Processing, uma linguagem de programação visual, e a escrever algoritmos para gerar as suas próprias obras. O seu objetivo é claro: introduzir o acaso como parte ativa do processo criativo, delegando algumas escolhas formais ao código.

Esta mudança de paradigma liberta-o das restrições da representação e da arquitetura. As obras tornam-se pura abstração algorítmica, construída sobre regras, variáveis e parâmetros. A cor transforma-se de objeto estético em sistema dinâmico, calculável e modificável em tempo real.

NFT: a descoberta de uma nova fronteira

O verdadeiro salto chega em 2019, quando Jeff Davis descobre os NFT. Graças a plataformas como Art Blocks, o artista pode finalmente unir sua prática generativa com uma forma nativa digital, que permite produzir obras únicas no momento do minting, diretamente do código.

Os NFT representam para Davis a moldura ideal para a sua arte: eliminam os limites da impressão, do espaço físico e da reprodução. Cada coleção pode gerar centenas ou milhares de variações, cada uma única, mas coerente com uma lógica estética bem definida.

Colaborações físicas e novas dimensões

Davis também começa a trabalhar com Bright Moments, um projeto que leva a arte NFT para galerias físicas em todo o mundo. Nessas ocasiões, o artista introduz uma nova variável em seu trabalho: o tempo. Assim nasce Culmination, uma obra generativa em que as cores não apenas se dispõem no espaço, mas mudam lentamente ao longo do tempo, girando ao longo da roda de cores.

É a primeira vez que Davis introduz a animação em seu trabalho. A obra se transforma continuamente, criando experiências visuais fluidas e imersivas, nas quais o espectador não observa simplesmente uma pintura, mas assiste a um processo em evolução.

Jeff Davis é um artista que soube conjugar ciência e criatividade, transformando a teoria da cor em uma linguagem computacional. O seu percurso, da pintura manual aos NFT generativos, representa uma evolução coerente e visionária.

No panorama da arte na blockchain, Davis é uma figura de referência para quem considera a tecnologia não apenas um meio, mas uma nova gramática da arte. Sua pesquisa sobre cor, forma e tempo abre o caminho para um futuro em que o algoritmo é artista e a obra é processo.

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